Há cerca de mais ou menos ano e meio, de supetão e sem explicação alguma, a expressão “risco de vida” sumiu da chamada mídia jornalística, tendo sido banida definitivamente dos textos noticiosos e das falas dos locutores e apresentadores. Jornais, revistas, e assemelhados, e programas noticiosos, de rádio e de televisão, como que em obediência a uma orientação, a uma norma, possivelmente não divulgada, e ao que parece, de origem misteriosa e obuscura, já que permanece oculta, adotaram a expressão “risco de morte” em substituição a “risco de vida”, considerando serem as expressões equivalentes em seu significado. O surpreendente é a aceitação uniforme e unânime da suposta norma o que pressupõe a sua existência, pois todos a seguiram sem discordâncias, ou, é de se imaginar a existência de uma sintonia telepática que une, e harmoniza, o pensamento de quem tem o jornalismo noticioso como profissão.
A expressão substituída “risco de vida” indica que determinada pessoa ou determinadas pessoas em virtude de ocorrência de um evento têm, ou não têm, reais possiblidades de perderem a vida. ou de se salvarem, dependendo da maneira que a expressão citada é utilizada, como no exemplo, fulano corre risco de vida ou fulano não corre risco de vida. Quem lê a informação sabe perfeitamente o que se quer dizer, a iminente ocorrência de morte, ou de salvamento, do já mencionado fulano.
Também a expressão que a substituiu “risco de morte”, em seu significado, quer dizer exatamente a mesma coisa que ela em seu significado, as duas expressões quanto ao seu significado são iguais e equivalentes, o que uma diz a outra diz a exatamente a mesma coisa. Não distingo uma da outra, há uma absoluta equivalência de significados nas duas expressões, o que talvez explique a troca é o gosto ou a falta dele.
Mas porque ouve a troca? Será que não gostam da palavra vida e gostam da palavra morte? Será que vida é ofensiva e agride o olhar dessas pessoas? Difícil entender, difícil aceitar, mais difícil ainda é justificar a esdrúxula troca. Neste mundo há gosto para tudo.
De minha parte, entendo que “risco de vida” é uma expressão superior, por ser emblemática, e com mais carga emocional. Quanto a “risco de morte” para mim é mais prosaica, mais lúgubre, mais tétrica. Questão de gosto, sem falsa modéstia, acho o meu melhor e superior.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário